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A trancista Gabriela Azevedo, de 32 anos, é apaixonada por trançar cabelos desde os 13 e enxergou em sua trajetória uma forma de ajudar mulheres que, como ela, foram mães solo ou vítimas de agressões. Fazendo tranças, ela construiu sua história e criou o Trança Terapia, que dá cursos gratuitos e um ofício para quem não tinha perspectivas no mercado de trabalho. Conheça, na galeria, detalhes da iniciativa de Gabriela
Arquivo pessoal
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Aos 22 anos, quando vivia em Brasília, Gabriela começou a trançar cabelos de crianças em escolas e e ali percebeu que a estética negra era também um ato político. Por ser formada em história, Gabriela resolveu começar a explicar para seus clientes sobre a resistência negra enquanto fazia seus cabelos.
Chegando ao Rio de Janeiro, ela se viu em um mercado mais amplo e quis trabalhar pela valorização das tranças. Quando se viu grávida e solteira, entendeu que sua mão-de-obra era um refúgio para si. Foi então que criou o Trança TerapiaArquivo pessoal
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O projeto foi idealizado para dar a outras mulheres a mesma oportunidade que Gabriela teve, oferecendo cursos gratuitos para mulheres em situação de risco, que sofressem agressões em casa e que não tivessem oportunidades de emprego.
Dentro do projeto, Gabriela criou ainda o TrançAção, que oferece cursos gratuitos para mães solteiras, com dois filhos ou mais e estejam desempregadasArquivo pessoal
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Os cursos gratuitos do TrançAção também são oferecidos para meninos abaixo de 18 anos e senhoras acima dos 65 anos, com acompanhamento de psicólogos e profissionais que ensinam as técnicas de tranças e economia.
Já para o público geral, ou para pessoas que queiram dar continuidade na carreira e ter maior reconhecimento profissional, existe a opção do curso intensivo, com o valor de R$ 1.400Arquivo pessoal
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A funkeira Ludmilla costuma variar seus penteados, alternando entre tranças, cabelos soltos e o lace hair, que a permite trocar a cor das madeixas sem danificar os fios.
A cantora foi uma das artistas que já teve seus cabelos trançados por profissionais que fazem parte do projeto. O atendimento pode variar de R$ 50 a R$ 480, dependendo do que for realizado no cabelo do clienteReprodução/Instagram
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As aulas são ministradas por 14 ex-alunas do projeto e ocorrem dos domingos às quartas-feiras. Atualmente, são 60 alunos que aprendem não apenas a trançar os cabelos, mas sobre a representatividade negra e empoderamento.
O projeto visa ainda trabalhar a questão psicológica do aluno, mostrar o lado bom da negritude, mostrar a realização de atendimentos diferenciados e cuidados para tais cabelosArquivo pessoal
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Outras celebridades também servem de inspiração. A cantora Iza, por exemplo, aposta com frequência em penteados com tranças. Iza utilizou por muito tempo seus cabelos trançados, mas decidiu deixá-los soltos ultimamente, sem deixar de utilizar o penteado de vez em quando.
Ela costuma servir de incentivo que as mulheres sejam adeptas da transição capilar e que adotem seus cabelos ao naturalReprodução/Instagram
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A rapper brasileira Karol Conka exalta a beleza e a cultura negra por meio de seus penteados e músicas com letras fortes, mostrando o poder do feminismo negro
Divulgação
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A musa Beyoncé é outra estrela que utiliza tranças. O penteado ganhou destaque na divulgação da música e do vídeo do hit 'Formation', uma das canções mais famosas da norte-americana
Divulgação
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A cantora Anitta foi adepta das tranças, que ganharam destaques nos vídeos dos hits "Vai Malandra" e "Paradinha". Em 2017, a musa se envolveu em uma polêmica e foi acusada de apropriação cultural por utilizar o penteado e postar uma foto bronzeada
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A socialite Kim Kardashian já apareceu em alguns cliques em seu Instagram usando as tranças. A famosa, assim como Anitta, foi acusada de apropriação cultural ao divulgar suas fotos com o penteado
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah BresserReprodução/Instagram