Uma pesquisa feita pelo ProSex (Instituto de Psiquiatria do
Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo) buscou investigar como as
mulheres brasileiras classificam seu nível de satisfação na cama. O resultado
foi decepcionante: 56% das mulheres, ou seja, mais da metade não estão
contentes com a vida sexual que têm — e não culpam os parceiros por isso. Veja a seguir as causas e soluções para o problema
Em entrevista ao R7, a psicoterapeuta sexual e colaboradora do site Sensorella, Vânia Macedo,
explicou que o assunto é mais comum do que as mulheres pensam e apontou as principais
causas e soluções.
— Quando questionadas, elas dizem que não se sentem satisfeitas
e sempre acham que poderiam obter uma vida melhor e apresentam causas que elas
imaginam ser causadoras da falta de contentamento. A maior queixa é a falta de
desejo, dizem que não tem a mesma sintonia de desejo do homem
Getty Images
Vânia conta que a incapacidade de chegar ao orgasmo e desconforto
durante as relações são as maiores reclamações.
— Os homens não conseguem entender as dificuldades das mulheres,
pois foram criados e preparados para uma liberdade sexual que a mulher tem
contida na adolescência e na vida adulta. Quando ela sente que é hora de
encarar o assunto com naturalidade, surge a dificuldade ao abrir a porta ao
sexo. Isso bloqueia a entrega
Getty Images
Os bloqueios podem ocorrer tanto por conta da questão da criação,
quanto por fatores externos, como uma traição, que pode causar insegurança e
dificuldades psicológicas na obtenção prazer.
— Existe também o peso das crenças morais. Muitas escutam
que uma mulher livre sexualmente é vulgar para a sociedade
Caso a mulher se identifique com as queixas citadas e
queira tentar resolver o problema sozinha, é preciso buscar informações,
indica a terapeuta.
— O grande lance é a mulher se instruir a respeito do sexo,
a mulher ter acesso a depoimentos, artigos. Quanto maior a busca pelo
conhecimento, mais ela entende e cresce a motivação de levar isso à prática
Getty Images
Se a busca pelo conhecimento não for suficiente, é
aconselhado buscar uma ajuda profissional.
— Primeiro,
o terapeuta vai instruir o paciente sobre práticas sexuais, ensinar sobre estímulos
mentais e físicos. Depois procura a causa
Getty Images
Para procurar a causa é feita uma pesquisa sobre a vida da
pessoa, nisso podem ser encontrados pensamentos que não são mais válidos para a
pessoa, são as chamadas crenças disfuncionais
Getty Images
— A partir do momento que ela remove uma crença que não serve
mais, ela se liberta. Às vezes, as queixas partem de mulheres que nunca se
tocaram e aí entra a parte educacional, conhecer o próprio corpo, tocá-lo,
senti-lo. Isso somado ao tratamento das causas psicológicas leva ao êxito
Getty Images
Vânia sugere buscar o profissional ideal em indicações ou pela internet, mas cuidado: a pesquisa deve ser profunda.
— É importante conhecer um pouco do profissional, procurar o
currículo, olhar para foto dele. Tem que haver confiança. Vão ser abordados
detalhes íntimos, que elas nunca ousaram falar para alguém. Empatia é um ponto muito
relevante
Getty Images
Segundo Vânia, uma mulher insatisfeita sexualmente não tem boa autoestima e isso reflete em todos os aspectos da vida. Esse
desequilíbrio funciona como um motivador na busca por ajuda.
— Para começar a
tratar o problema, a mulher não deve achar que é a única a sofrer com isso e se
aventurar a pesquisar, e não achar que pode continuar vivendo assim.
Getty Images
Você ainda tem motivos para não sentir prazer na cama?