É fisiológico. Muitas pessoas não funcionam sem um descanso rápido durante o dia. Era o caso do executivo Marcelo Von Ancken que, quando estava em home ofice, tirava a famosa 'siesta', aquele cochilo renovador após o almoço. Mas quando tinha reuniões fora de casa era um problema. Ficava caindo de sono.
Dessa sua necessidade pessoal nasceu um negócio: o cochilódromo, que reúne cabines individuais, com cama de design exclusivo, pronto para receber com o máximo de privacidade quem precisa de uma pausa na rotina.
Hoje, quem está no comando da operação é sua filha, Camila Jankavski, que dá detalhes do funcionamento do espaço.
Edu Garcia/R7
Camila Jankavski lembra que o cochilo é comportamental em muitos países, mas no Brasil ainda há uma resistência, muita gente acha que é coisa de preguiçoso.
— A ideia é oferecer um lugar para recarregar a energia, um ponto de descanso no meio da cidade. O cochilo é algo rápido, a proposta é não entrar em sono profundo e manter-se no sono de vigília. A maioria vem relaxar, mas tem gente que vem aqui só pra chorar...
Edu Garcia/R7
As camas são projetadas para facilitar esse sono rapidinho.
— Elevar os pés acima do coração auxilia na circulação. Como muita gente vem depois do almoço, também é bom para evitar refluxo. Alguns clientes chamam de cama tortinha
Edu Garcia/R7
As camas têm lençóis descartáveis e um painel onde o cochilante controla o tempo da soneca, a intensidade da luz e pode escolher três tipos de música, entre clássica, new age e sons da natureza
Edu Garcia/R7
As cabines têm tratamento acústico e o projeto, com materiais naturais, como madeira, e o teto curvo, visa evitar a sensação de claustrofobia
Edu Garcia/R7
Na unidade Centro são 20 cabines disponíveis, no cochilódromo do Itaim, há 17. Camila revela que eles também estão com algumas cabines ativas em empresas.
— Neste caso, o formato é de auto-atendimento. Há um aplicativo para cada empresa, no qual o funcionário consegue agendar dia e hora para cochilar. São verdadeiras salas de descompressão. É importante ver que o mundo corporativo está percebendo a importância desse descanso, que não vão "pagar para o cara dormir no trabalho"
Edu Garcia/R7
Cliente assíduo do cochilódromo do Centro, o engenheiro Marcio Seisho Hanashiro garante que a produtividade dobra nos dias em que ele descansa.
— Durmo 30 minutos após o almoço. Com sono, o trabalho não rende. Com o cochilo fico renovado, o trabalho rende muito mais durante a tarde, fico mais alerta, mais criativo. A pele melhora, a visão melhora
Edu Garcia/R7
O atendimento é feito pelas cochileiras, que recepcionam os interessados. Camila conta que só são contratadas mulheres acima dos 40 anos, como forma de inclusão.
Os preços desses momentos de pausa não são de perder o sono. Quinze minutos de cochilo custam R$ 12, 60 minutos, R$ 25. Também há pacotes de fidelidade para os que buscam esse descanso de forma habitual
Edu Garcia/R7
Estudo atrás de estudo vêm mostrando como o sono ruim enfraquece o sistema imunológico, prejudica o aprendizado e a memória, contribui para a depressão e outros transtornos de humor e mentais, bem como obesidade, diabetes, câncer e uma morte prematura. Uma sonequinha no meio do dia pode ajudar a combater tudo isso