Só tem uma pessoa que pode fazer você sair de onde está: você mesmo
Foto: Lukas/PexelsEm meio a tantas injustiças, tantas crises e tantas dificuldades pelas quais passamos, as perguntas que nos vêm à mente são: quem virá em meu socorro? Quem vai me tirar da situação que estou vivendo? Quem poderá me defender?
Quanto a isso, tenho uma boa e uma má notícia. Prevendo que você vai querer ouvir a ruim primeiro, lá vai: ninguém virá em seu socorro. Mas, calma, agora vem a boa: você é a pessoa que pode mudar sua situação, seja ela qual for.
Não vai adiantar nada você ficar esperando que o próximo presidente da república resolva todos os problemas desse país em alguns anos de mandato. Não vai resolver esperar que o seu chefe se toque e lhe dê um aumento. Não vai surtir nenhum efeito se comparar às pessoas de “vida perfeita” que passam pela timeline das suas redes sociais e ficar se achando um pobre coitado. Aliás, “coitadismo” nunca mudou a situação de ninguém.
A única pessoa responsável por mudar a situação desfavorável que você se encontra é você mesmo. Não importa se foram outras pessoas que colocaram você aí, isso, infelizmente, não faz diferença, mas o que realmente interessa é que você é quem vai ter de se mexer para sair daí. E quanto antes você se der conta disso, melhor!
Nossa cultura tende a “glamourizar” os desfavorecidos, aqueles que posam de coitadinhos e praticam a autocomiseração e, em contrapartida, trata como vilões aqueles que arregaçam as mangas e vão em busca do que querem. O sucesso não é algo bem visto em nosso país, veja que realidade mais triste!
Os telejornais exploram as misérias humanas, expõe as debilidades das pessoas e suas desgraças, mas raramente enaltecem aqueles que vencem na vida, nem muito menos os que ajudam outras pessoas a vencerem. Tenho total consciência de que este texto seria muito mais popular se eu listasse aqui todas as injustiças pelas quais passamos e o quanto isso nos afeta negativamente, ou seja, como somos coitadinhos e o quanto precisamos de alguém que nos defenda.
Se eu usasse palavras de conforto do tipo “a vida é assim, o que se há de fazer?” seria muito mais agradável do que dizer “levante-se e vá em busca do que quer!”. Mas, no final das contas, o que você acha que realmente resolve: ficarmos nos consolando e choramingando pelos males que nos assolam, ou não aceitarmos as situações adversas e partirmos para a batalha?
Não, ninguém virá em seu socorro. Ninguém trará as soluções para os seus problemas em uma bandeja. Ninguém será o salvador da sua pátria, a não ser você mesmo. Particularmente, já perdi um tempo precioso reclamando de ganhar menos do que os homens e ter de trabalhar o dobro. Já chorei de raiva por ver pessoas muito menos competentes do que eu passarem a minha frente — e receberem o cargo que deveria ser meu — simplesmente por terem sido indicadas por gente influente que nem sabia da minha existência. Passava horas e horas conversando e me lamentando com outros injustiçados por estarmos passando por situações ruins. Mas, quer saber? Isso nunca resolveu nada!
No momento em que percebi que eu estava colocando o controle da minha vida na mão de outras pessoas, me revoltei comigo mesma e tomei uma decisão: daquele dia em diante não permitiria mais que ninguém me fizesse sentir uma coitada. Eu não aceito o rótulo de coitada!
Aprendi que eu dependo de mim mesma e que não posso responsabilizar os outros pelo rumo da minha vida. Passei a lutar minhas próprias batalhas e a criar minhas próprias armas de defesa. Se isso é fácil? De jeito nenhum! É muito difícil, mas é um desafio que aceito todos os dias e do qual não me arrependo.
A modinha hoje é ser coitadinho, é se lamentar da vida nas redes sociais para receber um monte de “likes” e alguns comentários baratos de consolo. Cabe a cada um decidir o que quer para si mesmo: comiseração ou resultado? Pena ou respeito? Vitória ou derrota? Esse é o menu do dia, o que você vai escolher?
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