Aceitar os cabelos como são parece uma atitude óbvia, mas com as mulheres — as brasileiras em especial —, nem sempre foi assim. Levantamento feito pelo Google BrandLab de São Paulo, revela que o estigma acerca de cabelos crespos e cacheados já fez com
que uma em cada três mulheres declare ter sido vítima de preconceito por conta da
aparência dos seus fios.
Pior: quatro em cada dez mulheres dizem que já sentiram
vergonha do cabelo. No entanto, esse quadro começa a mudar. De acordo com a análise, a busca no Google por cabelos cacheados superou a procura por cabelos
lisos pela primeira vez no Brasil
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Os dados revelam um crescimento, no último ano, de 232% na busca por cabelos cacheados. Já o interesse por cabelos afro subiu 309% nos últimos dois anos. Fabiana Kawahara, gerente de Inteligência de Mercado para Bens de Consumo do Google Brasil, explica os motivos dessa nova atitude feminina em relação à própria beleza
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De acordo com a executiva do Google, as mulheres não só têm aceitado mais os seus cabelos, como também sentido orgulho
dos cabelos que têm.
— A busca vem crescendo por causa das gerações mais novas. Nossos estudos apontam que as jovens de 18 a 24
anos têm orgulho e reconhecem seus cabelos como cacheados.
O que temos visto, de maneira geral, é que as pessoas estão perdendo medo
de serem julgadas pela aparência, e daí valem todas as bandeiras, cabelo, opção sexual, peso. Deixou de ser
exótico, diferente, e passou a fazer parte do dia a dia das pessoas
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Nesse caminho, em que aceitar os cabelos cacheados extrapola a vaidade, e tem a ver com identidade e orgulho de ser quem se é, registra-se também um aumento na busca por informações pela transição capilar, o processo que envolve abandonar os procedimentos químicos de alisamento para a adoção dos fios naturais
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Fabiana Kawahara, gerente de Inteligência de Mercado para Bens de Consumo do Google Brasil, também explica que a vaidade da brasileira está ligada diretamente aos cabelos.
— Enquanto nos países asisáticos, por exemplo, a pele lidera as buscas, no Brasil metade das mais de 250 milhões de buscas sobre
beleza se refere a cabelos
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As jovens puxam essa mudança de comportamento. Entre as mulheres mais velhas, ainda há resistência em reconhecer os cabelos como cacheados
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Para Fabiana Kawahara, essa mudança está ligada ao empoderamento, que altera a percepção de beleza.
— A beleza hoje é cada um ter orgulho do que é, sem a necessidade de se igualar a um
esteriótipo padrão. Hoje o ser bonito é se aceitar e ter orgulho de ser quem você é
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As curvas do estudo mostram a mudança de comportamento de buscas da consumidora brasileira
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O Youtube é crucial nesse processo. De acordo com a executiva do Google, a cada dia surge uma nova youtuber
cacheada, e essa diversidade toda permite que a consumidora procure aquela com quem sentir mais afinidade.
— Tem a de cachos mais largos, a que está na transição capilar, são inúmeras as opções, e é possível encontrar qual a representa melhor. Três em cada cinco cacheadas usam o Youtube para encontrar informações
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A busca, segundo Fabiana Kawahara, é de todo tipo, sobre produtos, penteados, cortes, coloração, em um movimento que refelte o faturamento da categoria de cabelo.
— Para a brasileira, beleza é sinônimo de cabelo bonito
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Youtubers como Rayza Nicácio, Nátaly Neri, Gabi
Oliveira, Ana Lídia Lopes e outras influenciadoras têm sido fundamentais nessa guinada das mulheres brasileiras rumo aos cachos. E tem até um glossário para quem quiser turbinar as buscas e assumir os cabelos como eles são!