Renata Abreu ensina a adotar atividades intencionais positivas para ser mais feliz
DivulgaçãoAs mulheres estão tristes. Nos últimos 40 anos, elas se tornaram mais infelizes, ansiosas e estressadas se comparadas às dos anos 70. Quem garante é a escritora Renata Abreu, pós-graduada em psicologia positiva e coaching, que decidiu estudar o tema a fundo e lança, nesta quinta-feira (5), na Livraria Cultura, no Shopping Market Place, em São Paulo, o livro Felicidade feminina: uma escolha possível com práticas da psicologia positiva. A obra propõe técnicas para que as mulheres possam reverter esse processo e conseguir alcançar uma vida com mais bem-estar.
Na avaliação da autora, a luta pela igualdade de direitos trouxe mais oportunidades, influência e renda, mas gerou também um acúmulo de tarefas, que não necessariamente refletem em bem-estar para o sexo feminino. O grande dilema da mulher contemporânea é a multiplicidade de papéis e como exercê-los.
— Hoje, as mulheres agem como juízas implacáveis de suas próprias vidas e isso causa um sentimento de culpa tão grande que elas não se dão conta de como isso prejudica as suas relações profissionais e afetivas, tendo grande impacto na busca pelas realizações.
Renata explica que a psicologia positiva partiu de estudos que mapearam o que as pessoas saudáveis tinham de bom, como lidavam com suas qualidades, força, talento, emoções positivas, para se chegar a formas de pensar positivas.
— Não é auto-ajuda, não é lei atração nem se trata de evitar emoções negativas. A felicidade é composta por três fatores: há um componetente genético (50%), existem as circunstâncias de vida (10%) e as atividades intencionais (40%), que é como a gente se comporta diante dos problemas da vida. Tudo isso determina nosso patamar de felicidade. Existem atividades práticas, simples, comprovadas cientificamente, que podem alterar a forma de pensar e geram mudanças físicas no cérebro. Tente, por exemplo, refletir sobre três coisas boas que aconteceram no seu dia. Isso vai criar novas sinapses no seu cérebro, e levar a um modelo mental mais positivo.
A autora explica que a vivência das emoções positivas pode melhorar a cognição, a criatividade, auxiliar na tomada de decisões, ajudar em processos de negociação e trazer resultados melhores para a vida. O livro de Renata Abreu levanta dez hipóteses para o atual quadro de infelicidade feminina, que vão desde hormônios descompensados até crenças e mitos quanto ao prazer e o próprio corpo. E sugere um programa com várias dessas atividades intencionais, como praticar atos de generosidade e exercitar a gratidão.
— Eu mesma abrir mão de um cargo numa empresa multinacional, e estava muito insegura em meu último dia de trabalho, pensando que aquela decisão era uma maluquice. Resolvi usar a gratidão. Abri meu computador, sentei ali, onde trabelhei por quase 20 anos, e escrevi mais de cem emails, agradecendo aquelas pessoas. Isso me deixou em um patamar alto de emoções positivas. Não fiz um texto genérico, foi uma mensagem específica para cada uma delas. Recebi todos de volta, também escritos de forma específica, me agradecendo. É um efeito cascata de generosidade, vira um estilo de vida, e a gente vai incorporando no dia a dia.